O edifício onde moro não tem estrutura para receber tantos carros. Foi projetado para no máximo duas vagas por apartamento, porém com o tempo as crianças de cada família, que vive neste edifício, crescem e ganham seus carros e sem sair da barra dos pais precisam cuidar muito bem dos seus novos brinquedos poçantes. Estacionar na rua, nem pensar, primeiro pois podem roubar o som e segundo que serão multados se não retirarem bem cedo o carro da rua. Nisto começam a estacionar dentro do edifício até que a garagem fica visivelmente superlotada. Qual é a solução? Chamar o arquiteto e o engenheiro da obra e reprojetar este espaço tão cobiçado? Pedir para cada morador vender seus carros, ou trocar por modelos compactos ou até trocar por motocicletas? Qual é a melhor solução? Quem será que tem razão: os pais que querem a felicidade “total flex” dos filhos ou o vizinho que sente-se completamente invadido e incomodado?
Acontece que todas as relações humanas trazem conflitos territoriais, formas de uso, conflitos de poder. E qual será a melhor moeda política para solucionar questões de interesses tão difusos?
Em relação às questões de desmatamento temos também interesses opostos em conflitos constantes. Por um lado a necessidade de ter mais terras que produzam, daí a questionada necessidade de desmatar mais e mais, por outro lado o desmatamento é visto como um dos maiores impactos ambientais para a preservação de centenas de espécies e indiretamente para o ser humano.
Devemos ter a visão mais global e respeitar a natureza como estrutura de vida de tudo e de todos. Respeito à necessidade de manter as florestas, os mananciais, as nascentes, sua flora, sua fauna.
Assim como no caso das vagas do edifício, também à questão do desmatamento deve ser buscada a melhor solução. A única coisa que provoca uma mudança radical e que se entende é quando alguém mexer no seu bolso. Sim, multas e cortes de créditos. No caso dos edifícios deve haver uma multa para quem abusa do espaço comum e aplicá-la rigorosamente. No caso dos agricultores que estão destruindo as florestas devem-se aplicar multas, cortes de créditos em especial aos produtores que atuam ilegalmente. E no caso de empreendimentos imobiliários deve-se fazer um bom estudo anterior à aprovação e verificar se receberão o licenciamento ambiental (desde que tenham pouco impacto no ambiente e que haja a correta compensação pelo empreendimento.
Sabe-se que apesar de todos os esforços o desmatamento continua aumentando e para que apareçam leis para tal controle, devemos antes de tudo estar atentos ao Congresso Nacional que na primeira oportunidade aceita os “lobbies” e aprovam formas de desmatamento de caráter irreversível aos biomas sul-americanos. Ou seja,como podemos colocar leis fortes num edifício aonde há conflito de interesses, onde o síndico e seus conselheiros tem mais carros do que vagas, eles vão votar no que? Assim se repete no Congresso qual é o interesse destes deputados e senadores? Uma questão de vida com qualidade para nossas próximas gerações está completamente comprometida com quem poderia impor leis e seus cumprimentos assim modificando hábitos e interesses de poucos.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
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