terça-feira, 5 de agosto de 2008

Meio Ambiente X Política

Um dia, há muitos anos atrás, ouvi de João Paulo Capobianco que "ecologia e meio ambiente é pura política. E se não encararmos este fato iremos perder tempo".
Naquela época não ficou tão claro para mim que os políticos não sabiam o que era meio ambiente. Depois percebi que Capobianco estava repleto de razão, enquanto os políticos ignoravam assuntos sobre biodiversidade, poluição ambiental. Aprovavam tudo o que fosse contra a natureza. Naquela época, inconformado com a situação em que viviamos, iniciei um novo processo pessoal. Antes, eu falava sobre a Importância das Árvores, seus benefícios e o que podemos fazer por elas, pelas florestas. Imaginava que assuntos tão óbvios fossem compreendidos facilmente. Agora intensifico o discurso com temas políticos e a importância de fortalecer a educação ambiental, "tocar", no sentido figurado, dentro da consciência inocente das crianças para que haja futuramente uma pressão tão forte politica que o Estado se "curve" à pressão de uma população politicamente consciente e integra no que diz respeito às ações para próximas gerações.
Os licenciamentos ambientais, hoje são uma piada. A aprovação passa por cima dos órgãos competentes, alegando a necessidade de novos empregos, desenvolvimento à região, mas é sabido, sem provas, que existem pedágios onde as mãos se molham. Hoje, os políticos já entendendo que não podem fazer o que querem pressionam os comitês para agilizar às concessões. Mas, pergunto, como pode ter uma agilidade em concessões sem passar por um estudo minucioso do impacto ambiental, social, cultural e econômico mantendo várias pontos de vista, desde o próprio local, entorno e vizinhança mais afastada? Como podem exercer funções de executar as políticas de uso sustentável dos recursos naturais em regiões de unidades de conservação? Decidir em poucos meses o destino de uma população que mantém a dezenas de anos costumes culturais, econômicos e sociais?
Em que momento encontramos nossos políticos fomentando programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade? E ainda, exercer pressão com o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação federal?
Quem tem consciência do conhecimento da maioria dos atuais representantes do povo, sabe que eles nem sabem do que falam. Pesado ouvir isto? Pesado ouvir discursos inflamados e depois votarem contra seus próprios netos.
Política é interesse pessoal. Os interesses são tão mesquinhos, que a conseqüência destes mandatos é desastrosa, é vergonhosa.
Assim decidi que grande parte da minha vida, estarei buscando aprender a educar, aprender a me comunicar a ponto de mobilizar as pessoas, independentemente de raças, credos ou cores para se unir com um grande e único propósito de serem respeitados nesta democracia. Acho que atualmente, quem educa deve pensar politicamente.
Um simples professor deve ter como objetivos dentro do seu objetivo: educar e preparar novos líderes. Educar vozes que não se calarão com o despropósito que estamos assistindo. Escrevo aqui falando do Brasil e em toda a América latina.

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